quinta-feira, 12 de junho de 2008

Sobre a Bienal

Matéria grandinha que fiz para a faculdade sobre a Bienal. Tenham boa vontade e leiam:

No dia 31 de maio os portões foram abertos para a 5ª Bienal do Livro de Campos. As expectativas eram grandes. Os últimos abalos políticos sofridos por mudança constante de prefeitos e secretários arriscaram a estrutura da feira literária. Quem temeu que o evento fosse um desastre, não se preocupou totalmente em vão. Fechada no último domingo, dia 08 de junho, a Bienal teve sérios problemas estruturais.
Quem esperava encontrar muitas e grandes editoras, deu viagem perdida porque parte das que estavam programadas não foi. A suspeita seria de possível boicote à Bienal. Um dos integrantes da equipe organizadora do evento, Antônio Roberto Kapi disse não poder provar, mas acreditar que o evento sofreu boicote. Avelino Ferreira, que foi indicado para a presidência da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima no dia 11 de março e permaneceu no cargo durante 34 dias, seria um dos suspeitos de tentar desestruturar a feira literária. Segundo Kapi, a programação teria sido fechada no dia 10 de março, véspera da indicação de Avelino para a presidência da fundação. O novo presidente teria cancelado “tudo”, contradizendo Guilherme Leite que, após ocupar a presidência da fundação, disse que “o grupo de Avelino, foi muito solidário, pois eles continuaram o projeto da Bienal. Ele não foi interrompido, os contatos continuaram sendo mantidos”.
Boicotada ou não, a Bienal sofreu com a baixa de editoras e ausência de grandes nomes confirmados e esperados pela população como os escritores Carlos Heitor Cony e Zuenir Ventura.
Quem esperava comprar livros por baixos preços também não teve muito o que comemorar. É o caso do funcionário público Ronnie Kelby, de 35 anos.
— Quanto à oferta de livros, achei, no geral, ruim. Achei as estantes muito bagunçadas, com muita embolação, os funcionários desinformados e poucos livros baratos, o que seria o mais importante para o povo. O destaque, sem dúvida, ficou por conta da editora 7 Letras que disponibilizou livros da coleção Roncinante por R$ 1 — comentou Ronnie.
Outro fato que deixou parte do público decepcionado foi perceber o evento muito voltado para as crianças e deixando os adultos de lado. Detalhe para o fato de que grande parte das crianças adquiriu agendas, jogos, produtos de papelaria, ao invés de livros.
A falta de quadrinhos adultos também trouxe uma repercussão negativa, pois fizeram falta à Bienal, que ofereceu a palestra “Quadrinho adulto como mídia literária”.
— Meu interesse é focado em ficção, mas a grande falta, para mim, foi de estandes de quadrinhos. Esse pessoal vive em que mundo? — Brincou Ronnie que tem grande interesse em quadrinhos e cartuns.
Quanto aos eventos paralelos, o destaque foi para a palestra do jornalista Paulo Henrique Amorim, que por apresentar um programa de notícias em dia e horário nobres adquiriu grande fama nacional. Diversas pessoas estiveram na Arena Cultural lotando o espaço, assim como na apresentação do espetáculo infantil do grupo Cocoricó, da TV Rá-Tim-Bum. Quem foi à Arena nesses dias reclamou do espaço, que era pequeno demais para comportar todos que desejavam presenciar os eventos.
O povo campista estava presente. Durante as noites a movimentação era intensa. A expectativa é de que a 5ª Bienal do Livro tenha atingido cerca de um quinto da população de Campos. O público começa a se interessar pelo evento e para 2010, quando se realizará novamente, todos esperam mais.

Um comentário:

xacal disse...

União perfeita de forma e conteúdo.
Parabéns pelo ótimo texto e esse lay-out que me deixou babando de inveja.

Vou adicionar seu blog a minha lista.

Abraços.